Leia sobre
HPV
Noções gerais
O HPV, papilomavirus humano, é o nome de um grupo de vírus que infecta a pele e mucosas. Existem mais de 100 diferentes tipos de HPV. Alguns deles não causam qualquer sintoma, outros causam verrugas em mãos, alguns nos órgãos genitais. De 30 a 40 tipos de HPV podem ser transmitidos pelo contato sexual. Alguns desses vírus podem causar modificações celulares no colo uterino (podem ser detectados pelo colposcopia e exame de papanicolau) e levar ao câncer local.
Transmissão do HPV
A transmissão se dá predominantemente por contato sexual, mas existe a possibilidade de transmissão vertical (mãe/feto), e muito raramente contágio através de objetos que estejam contaminados com o vírus do HPV.
Uma vez que o HPV invade uma célula a infecção é estabelecida e o vírus pode ser transmitido. Pode levar de meses a anos para que uma lesão na pele apareça e permita um diagnóstico, tornando muito difícil estabelecer qual parceiro(a) estava contaminado(a).
Por isso a importância do exame ginecológico periódico, de modo a identificar e tratar precocemente essas modificações celulares.
A maioria das infecções por HPV nas mulheres é temporária e tem pouco significado, 70% desaparecem no período de 1 ano.
Se a infecção for persistente pode vir a causar lesões pré-cancerosas no colo do útero e muito raramente no pênis. Atualmente foi caracterizado HPV também em tumores de orofaringe.
Aproximadamente 14 milhões de novos casos de HPV sexualmente transmissível ocorrem anualmente nos Estados Unidos, e é estimado que 79 milhões de pessoas infectadas no momento pelo vírus. A maioria das pessoas infectadas pelo HPV não sabe que são portadores do vírus.
É uma das doenças sexualmente transmissíveis mais freqüentes, estima-se que 80% da população sexualmente ativa teve HPV em algum momento de sua vida. Em torno de 79 milhões de pessoas (homens e mulheres) devem ter HPV no momento (contando somente os Estados Unidos). Uma mulher universitária, com um parceiro sexual diferente a cada ano por 4 anos, tem uma chance de ter HPV ao final do curso de 85%.
Fatos
O HPV pode infectar qualquer pessoa que teve um encontro sexual.
A disseminação é pelo contato de pele com pele e não por secreções do corpo.
Na maioria das vezes o vírus é indolente (não causa nada), e a maioria das pessoas não tem sintomas. O corpo humano se encarrega se eliminar a maioria das infecções pelo HPV naturalmente.
O HPV pode infectar um parceiro, ficar dormente por longo período, posteriormente ser transmitido sem conhecimento para outro parceiro sexual, como a esposa / marido anos depois.
Certos tipos de HPV, conhecidos como de alto risco, podem causar na mulher lesões cervicais (no colo do útero) que, sem tratamento podem desenvolver câncer local. A maioria das mulheres com infecção pelo HPV não ira desenvolver câncer de colo do útero, mas exames regulares são muito importantes.
O câncer de colo uterino normalmente leva de 10 a 20 anos para se desenvolver assim, mesmo mulheres que não estejam mais sexualmente ativas devem continuar seus exames de rotina.
Se a infecção pelo HPV é persistente em mulheres com mais de 30 anos, o risco de tumor é maior.
O exame conhecido como Papanicolau, juntamente com testes para o DNA do vírus HPV (como captura híbrida / PCR), podem detectar virtualmente todas as lesões pré-cancerosas, que devem ser tratadas precocemente.
Vacinas
Existem 2 vacinas para HPV no mercado, Gardasil (para vírus 6, 11 ,16 e 18) e Cervarix (vírus 16 e 11). Os vírus 16 e 11 causam a maior parte dos tumores e os vírus 16 e 18 causam 90% das “verrugas” genitais.
A vacina não age ou trata infecções existentes. A indicação primária é para pessoas, homens e mulheres que nunca foram infectadas pelo HPV, portanto antes do início da vida sexual ativa. Tem sido utilizada com menos evidências para pacientes com lesões recorrentes.
Diagnóstico no homem
As verrugas genitais causadas pelo HPV tem aspecto bem característico e permitem uma suposição de diagnóstico. Estas lesões podem e devem ser tratadas com simples cauterizações, ablação com laser ou crioterapia por exemplo. Podem aparecer no pênis, na uretra na região do escroto e pube, e nas regiões oral (lábios, boca, cordas vocais, etc.) e peri-anal.
Lesões características pelo HPV
Quando necessário estabelecer um diagnóstico de HPV e identificar se tipo é de alto risco para tumores, deve ser realizada identificação da “assinatura genética” do vírus com exames como captura híbrida ou PCR (polimerase chain reaction). Indicado quando o paciente tem parceira fixa, que deve ser informada do diagnóstico para seu eventual tratamento.
Se não existe nenhuma lesão identificável a olho nú, deve ser realizado a peniscopia, exame onde o pênis é examinado com aumento de 25x, após uso local de ácido acético (que deixa as lesões causadas pelo HPV mais esbranquiçadas, facilitando sua identificação). Havendo lesão suspeita é realizada uma biópsia e feita identificação do vírus ou, não havendo lesões suspeitas é feito “escovado” em mucosa bálano-prepucial (pênis) e em fossa navicular (uretra) o qual é examinado e procurada a “assinatura genética” do vírus HPV.
Somente devem ser tratadas as lesões identificadas / caracterizadas no homem. O paciente sem lesões deve ser observado (não deve ser tratado) e realizado controle posterior (caso a parceira sexual tenha lesão identificada).
Recomendações
Lembre-se que o uso do preservativo é medida de prevenção indispensável também para todas as outras doenças sexualmente transmissíveis. A prevenção com uso de preservativos não é total, uma vez que podem existir lesões na base do pênis / escroto, regiões não protegidas pelo preservativo. O HPV pode ser transmitido na prática de sexual oral
O parto normal não é indicado quando a gestante é portadora de HPV com lesões genitais em atividade.