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Biópsia de Próstata
O que é a próstata?
É uma glândula do tamanho de uma castanha, localizada no trato urinário masculino. Está situada abaixo da bexiga e envolve a uretra na saída da bexiga (figura 1). A função da próstata é produzir nutrientes para o esperma. A próstata gradualmente passa a aumentar de volume na meia-idade do homem (hiperplasia benigna).
O que é a biópsia?
Consiste em procedimento onde uma agulha é inserida na próstata para a retirada de pequenos fragmentos para exame diagnóstico.
Por que é feita a biópsia?
O aumento da próstata pode ser assintomático ou eventualmente interferir com a qualidade da micção. Sintomas como diminuição do jato urinário, urinar frequentemente ou levantar à noite para urinar podem ser sinais / sintomas decorrentes do aumento prostático. Pode-se dizer que o aumento “benigno” (hiperplasia prostática benigna) é normal, não sendo necessária realização de biópsias.
Já a presença de um nódulo (uma área endurecida na glândula) não causa nenhum sintoma, e apenas pode ser detectado no exame físico: o toque retal.
Outra indicação para a biópsia da próstata seria uma elevação acima do normal do PSA (antígeno prostático específico) no sangue. O PSA é produzido tanto pela próstata normal como naquela com câncer. Nesse último caso ocorre um extravasamento maior do PSA para o sangue.
Hoje em dia se existe uma suspeita de câncer de próstata pelo PSA ou pelo exame físico é realizada uma ressonância magnética com resolução 3 Tesla. Este exame de imagem pode mostrar áreas da glândula que podem ter o adenocarcinoma. São classificadas como PIRADS (prostate imaging reporting data system) de 1 a 5. PIRADS 1 e 2 provavelmente não tem tumor clinicamente significativo. PIRADS 3 já tem uma chance de cerca de 23% de ter um tumor e as lesões 4 e 5 são bem suspeitas para tumor.
Como é feita a biópsia?
Hoje em dia a biópsia padrão é realizada com auxílio do ultra-som, utilizando-se fusão de imagens da ressonância magnética com a imagem do ultra-som. Desta maneira se consegue amostrar exatamente a área suspeita que aparece na ressonância realizada antes da biópsia. O sensor do ultra-som é colocado no reto, a próstata visualizada e as imagens sincronizadas com as imagens da ressonância previamente carregadas no aparelho.
Hoje é realizado o ultra-som trans-retal mas se faz acesso da agulha de biópsia elo períneo. (Imagem) Este via permite acesso a regiões abaixo e acima da uretra, muito difícil na biópsia transretal, além de diminuir muito a possibilidade de uma infecção.
Inicialmente é feita amostragem da área suspeita e em seguida um “mapeamento” ou amostragem randomizada da próstata utilizando-se imagens e posicionamento permitidos pelo ultra-som.
Em cada estudo são retirados 12 fragmentos de amostragem e de 2 a 4 das áreas suspeitas na ressonância.
Imagens simultâneas da lesão alvo na REMA (E) e a imagem do ultra-som (D) com a agulha no local suspeito para retirada do material a ser examinado.
O preparo para biópsia
1. O uso de aspirina e/ou anticoagulantes (inclusive Ginkgo-biloba) pode causar sangramentos após a biópsia. Seu uso deve ser discutido antes do procedimento.
2. Ainda para se reduzir o risco de infecção devem ser utilizados antibióticos de modo profilático.
3. A maioria dos procedimentos é feito com sedação (anestesia breve).
Após a biópsia
O paciente é liberado do Hospital / Laboratório assim que tiver uma micção espontânea e, se exame com sedação, após estar bem acordado.
Geralmente ocorre um pequeno desconforto local (no períneo) após o exame. Pode ocorrer presença de sangue na urina e misturado às fezes por alguns dias, o que é normal. O esperma também pode vir misturado com sangue por um prazo um pouco maior de tempo (até 1 mês).
Esforços físicos maiores e relações sexuais devem ser evitados por 24h.
O estudo anátomo-patológico (análise dos tecidos retirados) costuma ficar pronto em 3 a 5 dias, quando deve ser então programada consulta de retorno.